domingo, 7 de junho de 2015

Faz de conta...


“Já vivi o bastante para presenciar três períodos distintos no comportamento das pessoas”,

“O primeiro momento eu vivi na infância, quando aprendi com meus pais que era preciso ser. Ser honesto, ser educado, ser digna, ser respeitoso, ser amigo, ser leal”.
“Algumas décadas mais tarde fui testemunha da fase do ter. Era preciso ter. Ter boa aparência, ter dinheiro, ter status, ter coisas, ter, ter e ter…”
“Atualmente estou presenciando a fase do faz de conta!”
Hoje, as pessoas fazem de conta que está tudo bem.
Pais fazem de conta que educam, professores fazem de conta que ensinam, alunos fazem de conta que aprendem…
Profissionais fazem de conta que são competentes, governantes fazem de conta que se preocupam com o povo e o povo faz de conta que acredita…
Mas uma coisa é certa: não podemos fazer de conta quando nos olhamos no espelho da própria consciência! Podemos até arranjar desculpas para explicar nosso faz de conta, mas não justificamos!
Importante salientar, todavia, que essa representação no dia-a-dia, esse faz de conta causa prejuízos para aqueles que lançam mão desse tipo de comportamento. A pessoa que age assim termina confundindo a si mesma e caindo num vazio, pois nem ela mesma sabe quem é, de fato, e acaba se traindo em algum momento. E isso é extremamente cansativo e desgastante.
A pessoa que vive de aparências, ou finge ser quem não é, corre sérios riscos de entrar em depressão. Isto é perfeitamente compreensível, graças à batalha que trava consigo mesma e o desgaste para manter uma realidade falsa.
Se é fácil enganar os outros, é impossível enganar a si mesmo.
Raras são as pessoas realmente autênticas. Por isso elas se destacam nos ambientes em que se movimentam.
São aquelas que não representam, apenas são o que são, sem fazer de conta.
 São profissionais éticos e competentes, amigos leais, pais zelosos na educação dos filhos, políticos honestos.... 
São, enfim, pessoas especiais, descomplicadas, de atitudes simples, mas coerentes e, acima de tudo, fiéis consigo mesmas.
Por todas essas razões vale a pena ser quem se é, ainda que isso não agrade os outros.

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